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Proposta de Projeto de Parque Ecológico

ecoparque arca noe embrapa cenargen logo webResumo Executivo

Notas Informativas

 

Projeto Arca de Noé

ecoparque arca noe arcaA Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia investe na valorização do passado para antecipar e construir o futuro.

Para isso, investe desde a sua criação, em 1974, em pesquisas de conservação e uso sustentável de recursos genéticos, com o objetivo de conservar e estimular o uso sustentável da diversidade genética, com ênfase no enriquecimento, caracterização, valoração e documentação da informação relacionada aos recursos genéticos animais, vegetais e de microrganismos.

Recurso genético é a parte da biodiversidade que apresenta valor real ou potencial para a humanidade.

O Brasil é privilegiado em relação a esses recursos, já que a sua biodiversidade compreende 20% de todas as espécies de plantas, animais e micro-organismos do planeta, o que representa o maior patrimônio biológico do mundo.

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia é responsável pelo maior banco de conservação de sementes do Brasil e da América Latina.

Preservando o passado e antecipando o futuro, a Unidade aposta no desenvolvimento de novas metodologias e tecnologias para conservar e usar corretamente os recursos genéticos de forma a garantir a segurança alimentar das gerações atuais e futuras.

Vegetais

A conservação de espécies vegetais é feita in situ (no local de origem das espécies) e ex situ (fora de seus habitats), de duas formas:

  1. Conservação de sementes - A Embrapa mantém um Banco Base de Germoplasma Semente, que tem como objetivo garantir por muitas décadas, a sobrevivência das sementes de espécies de interesse socioeconômico, assegurando variabilidade genética para a alimentação e para agricultura. As sementes são conservadas em câmaras frias a - 20oC, onde podem permanecer por até 100 anos, desde que sejam feitos periodicamente os testes para avaliar a capacidade germinativa das sementes. Atualmente, o banco genético é o maior do Brasil e um dos maiores do mundo, com mais de 100 mil acessos de cerca de 400 espécies.

  2. Conservação in vitro e criopreservação – As espécies cujas sementes não suportam baixas temperaturas e umidade são conservadas in vitro ("em vidro", é um ensaio realizado fora de um organismo vivo e envolve normalmente células, tecidos ou órgãos isolados). Atualmente, o Banco de Germoplasma In Vitro conta com mais de 15 espécies conservadas, incluindo: abacaxi, aspargo, cará, ginseng-brasileiro, morango, batata-doce, mandioca, menta, orégano, batata, estévia, baunilha, videira e inhame.

Microorganismos

A conservação de estirpes nativas de microrganismos (vírus, bactérias, fungos e ácaros) pode resultar em inúmeras aplicações pela comunidade científica. Como exemplos, destacam-se: utilização como agentes de controle biológico de insetos e pragas agrícolas; bactérias e fungos fitopatogênicos (específicos para plantas); cogumelos comestíveis e medicinais e agrobactérias para transformação de plantas, entre outras.

O intercâmbio de germoplasma vegetal compreende 3 atividades básicas:

  1. importação

  2. exportação

  3. trânsito interno.

A importação é um fator de destaque nos processos de intercâmbio, pois embora o Brasil tenha a maior biodiversidade do planeta é altamente dependente de germoplasma exótico.

Cerca de 80% dos produtos usados na alimentação do povo brasileiro não são originários do Brasil, foram introduzidos de outros países e adaptados e melhorados às nossas condições climáticas. São exemplos: o arroz, feijão, milho, trigo, soja, cana, café e diversas frutíferas e hortaliças exóticas.

Já foram movimentados quase 600 mil acessos de germoplasma nesses anos de existência da Unidade, sendo que a grande maioria (76%) refere-se à importação.

Para garantir a segurança das ações de introdução e intercâmbio de germoplasma, a Embrapa possui a Estação Quarentenária credenciada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para realizar análises fitossanitárias em espécies vegetais que entram no Brasil para fins de pesquisa. O objetivo é proteger a agricultura brasileira do ataque de pragas e doenças.

Para isso, a Estação Quarentenária está equipada com laboratórios capazes de detectar a presença de ervas daninhas, insetos, ácaros, vírus, viróides, fitoplasmas, fungos, bactérias e nematóides nocivos à agricultura brasileira. Só para ilustrar a importância desse trabalho, no triênio 2008 a 2010 foram interceptadas 13 pragas exóticas que poderiam causar danos consideráveis à agricultura brasileira.

Animais

ecoparque arca noe porca mouraO Brasil possui diversas raças de animais domésticos conhecidas como “locais” ou “naturalizadas”, que se encontram no Brasil desde a época da colonização. Ao longo dos séculos, essas raças, que incluem bovinos, equinos, caprinos, suínos, ovinos e asininos, foram adquirindo características de rusticidade e adaptabilidade muito importantes para programas de melhoramento genético.

Para assegurar a preservação desse material genético, a Embrapa começou a conservá-lo desde a década de 80, em parceria com outras unidades, instituições de pesquisa, universidades, associações de criadores e produtores particulares.

A conservação é feita in situ (expressão do latim que significa “no lugar” ou “no local”), em núcleos de conservação localizados em várias regiões brasileiras e ex situ (significa fora do lugar ou fora do seu próprio lugar), através do armazenamento de sêmen, embriões e ovócitos em bancos de germoplasma.

As espécies são conservadas também em um banco de DNA que, atualmente, conta também com alguns vertebrados silvestres brasileiros com potencial econômico.

Alimento e Ciência

A Embrapa apresentou o Projeto Arca de Noé em eventos e exposições rurais para promover nossos recursos genéticos.

Em uma dessas oportunidades, a mostra Alimento e Ciência, utilizou modernas tecnologias digitais, como mapping view, touchscreen e realidade aumentada, entre outras, para apresentar parte do trabalho realizado em prol da pesquisa agropecuária no Brasil. Essas tecnologias aliam interatividade e conteúdo para despertar o interesse do público infanto-juvenil e ajudar na compreensão e fixação do conhecimento científico.

Raças nativas também conhecidas como “crioulas” ou “naturalizadas".

Uma das alternativas é formar um rebanho com raças nativas, que são animais de alta resistência ao meio ambiente (rus- ticidade).

No Semiárido, as raças nativas são muito importantes para os programas de melhoramento da criação de caprinos em regime extensivo ou semi-extensivo.

Caprinos

ecoparque arca noe caprino repartido

Raça Repartida ou Surrão

Apresenta pelagem preta na parte traseira do corpo e baia na posterior, porém com delimitação irregular. A cabeça é escura, com manchas irregulares e não fixas, quanto à localização na fronte. Pescoço preto com bordo inferior baio. Orelhas manchadas, com a parte interna preta. Pele, mucosa, chifres e cascos pretos. Pode apresentar barba.

Encontra-se dispersa nos estados do Nordeste, mas vem desaparecendo devido aos cruzamentos indiscriminados e à falta de um programa de conservação

  • é uma raça formada nos sertões da Bahia
  • é boa para aprodução de pele e carne
  • de cada 100 cabras paridas nascem, aproximadamente, 150 crias por ano
  • ao nascer, cada cria pesa 2 quilos e ao ser apartada, pesa entre 9 e 10 quilos
  • o peso médio dos machos adultos é de 36 a 40 quilos e o das fêmeas é de 26 a 30 quilos.

 
Asininos

Jumento Nordestino

O Jumento Nordestino é um animal de grande utilidade na zona semi-árida nordestina, sendo empregado tanto para carga como para montaria, apesar do seu pequeno porte. É muito resistente e capaz de se alimentar de alimentos grosseiros, que seriam recusados por outras espécies.

Na sua seleção, recomendam uma altura mínima de 1,10 m para machos e fêmeas, e as pelagens cardã, ruça, "pêlo-de-rato", roxa e apatacada, com pele e mucosas pretas.

ecoparque arca noe jumentoO jumento é um animal dócil, inteligente e dotado de grande senso de sobrevivência. Vive em média 25 anos e pode ser encontrado em praticamente todo o planeta, exceto em regiões mais frias.

Dependendo da região em que se encontra, pode receber o nome de asno, jegue, jerico ou ainda asno-doméstico, mas no mundo científico recebe o nome de Equus asinus.

Muito usado como animal de carga (carroça, cangalha, e outros) e tração (arados, carpideiras, plantadeiras, e outros), o jumento sempre foi peça fundamental utilizada nos trabalhos pesados do campo. Também é extremamente utilizado na sela para a lida com o gado, em passeios, cavalgadas, concursos de marcha e enduros.

Asinino extremamente inteligente, enganam-se aqueles que atribuíram ao jumento a característica de teimosia. Na verdade, o que as pessoas acreditam ser desobediência e teimosia, nada mais é que uma incrível sensação de perigo, que faz com que o jumento se negue a obedecer aos comandos do cavaleiro às cegas; literalmente, eles “empacam” no local ao menor sinal de alerta.

Os primeiros registros sobre a existência dos jumentos indicam que tiveram sua origem nas regiões desérticas do mundo.

Jumentos x Cavalos

Apesar do parentesco e algumas semelhanças físicas, jumentos e cavalos não possuem as mesmas características. Agilidade e velocidade são atributos dados aos cavalos, enquanto aos jumentos são dadas as características de força, paciência e resistência fora do comum, o que lhes confere maior adaptabilidade aos serviços longos e rotineiros.

O jumento, de grande rusticidade por sua origem, teve de se adaptar ao deserto, ambiente pobre e escasso de recursos, como água e comida.

Esse fato fez com que eles desenvolvessem uma incrível capacidade de sobrevivência, a ponto de conseguirem se manter com uma alimentação grosseira e escassa, tornando-os, então, animais de grande rusticidade.

Em 1980 foi fundada a Associação Brasileira de Criadores de Jumento Nordestino, com sede em Natal, RN, e que fornece diversos dados sobre esta raça e os esforços para sua conservação.

 

Bovinos

Curraleiro Pé-duro

ecoparque arca noe boi curraleiroO Curraleiro Pé-duro é uma das raças europeias mais antigas no Brasil e já foi muito utilizada no Nordeste por causa da sua rusticidade. Atualmente, as entidades do setor estão trabalhando para resgatar a genética dos poucos animais que restaram e reintroduzir a raça no Brasil.

A raça chegou ao Brasil no ainda no período colonial. Não demorou muito para ele ganhar espaço no país, mas essa popularidade não demorou muito tempo e a raça começou a ser substituída com o surgimento das raças zebuínas.

Em 1977, a Embrapa começou um trabalho para preservar os exemplares remanescentes. O núcleo de preservação foi criado no município de São João do Piauí, a 516 quilômetros de Teresina. O trabalho no núcleo conta, atualmente, com 350 exemplares.

Embora seja uma raça europeia, os animais são bastante rústicos e indicados principalmente para climas hostis, produção a pasto com baixa disponibilidade de forrageiras. São considerados bovinos de dupla aptidão, podendo ser utilizados tanto na produção de carne como leite.

Na produção de carne, ele é indicado no cruzamento industrial com raças zebuínas como guzerá, sindi e claro nelore. Eles também são opções para acasalamentos com as fêmeas angus + nelores.

Já na pecuária leiteira, o curraleiro pé-duro é indicado para acasalamentos com animais de raças com alto potencial produtivo como holandês e jersey. Neste caso, o objetivo é produzir progênies produtivas e ao mesmo tempo rústicas.

  • ecoparque arca noe vaca curraleiraos bovinos desta raça são animais de pequeno e médio porte e com bom temperamento
  • na fase adulta, pesam entre 360 a 420 quilos
  • as fêmeas produzem um bezerro por ano e são longevas, podendo permanecer no sistema de produção por até 20 anos
  • produzem um bezerro por ano
  • o cruzamento industrial proporciona a melhoria na produção de carne
  • quanto á produção leiteira, o cruzamento com as raças holandesa e Jersey são boas opções para a qualidade e quantidade de leite
  • a produção se dá bem em locais onde a disponibilidade de forrageira é baixa
  • atualmente, estão concentrados na região Nordeste, Centro-Oeste e norte de Minas Gerais.

 

Suinos

Porco Moura

ecoparque arca noe porco moura gramaA raça de Porcos Moura teve origem no sul do Brasil com indícios de uma mestiçagem entre suínos Ibéricos e suínos americanos como os da raça Duroc, apresentando desempenho intermediário entre essas duas raças.

Foi resgatada entre produtores do sul do Brasil pela Embrapa para formação do plantel de seleção e difusão da raça.

Apresenta orelhas intermediárias entre ibéricas e célticas, perfil cefálico retilíneo ou subconcavilíneo, pelagem preta entremeada de pelos brancos que lhe confere a denominação Moura (preto acinzentado).

Possui aptidão para produção de carne de qualidade e rusticidade para criação à solta.

Desde a colonização, foram trazidos diversos porcos de diferentes tipos que foram deixados no país em diferentes regiões, no que tiveram que se adaptar e sobreviver, desenvolvendo-se por séculos, resultando nos animais atuais.

ecoparque arca noe porca moura pocilgaA raça é de aptidão mista para carne e banha. É criada solta em piquetes no sul do país, mas pode ser criada em pocilgas.

Por ter ascendência comum com o porco preto ibérico, a raça tem um bom nível de marmoreio de gordura na carne - qualidade esta superior a raças especializadas na produção de carne - além do que a carne é mais vermelha e com sabor mais marcante, sendo usada para a produção de diversos defumados com alto valor agregado, entre eles o presunto cru suíno, sendo até mesmo premiado no exterior.

Com o crescimento do mercado de produtos mais orgânicos, sustentáveis e com a preocupação pelo bem estar animal ou de produtos mais requintados com sabores diferenciados e produção mais artesanal, cujo sabor é apreciado na alta culinária para receitas mais elaboradas e por clientes de paladar mais exigente, além do aumento das chamadas boutiques de carnes em todo o Brasil, o porco Moura tem qualidades para garantir o próprio espaço neste nicho de negócios.

  • os animais da raça têm crescimento mais lento comparados a raças mais precoces e produtivas, o que - em tese - aumentaria os custos de produção
  • por ser muito rústica os custos de criação são bastante reduzidos, além do que a qualidade da carne faz diferença permitindo a raça ser competitiva
  • os adultos podem chegar a pesar mais de 180 quilos.
  • com a redução da grande controvérsia a respeito do uso de gordura animal ou de gordura vegetal e suas consequências para a saúde humana que dominou a literatura científica nas últimas décadas, com recentes estudos indicando que a banha de porco não é prejudicial como se supunha antigamente com algumas pesquisas apontando que os óleos vegetais têm características que são prejudiciais a saúde, o mercado de banha de porco vem crescendo novamente
  • todo o plantel se encontra concentrado na região sul do país, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.